Luís César de Moura Menezes, MSc, PMP – 09 de fevereiro de 2019
A Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, recém comentou sobre o quão preveníveis podem ser os desastres que assistimos em diversas pontes brasileiras, na represa em Brumadinho, nas enchentes e no incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo, no Rio de Janeiro. Lamentavelmente, em seu discurso, ela colocou o foco na ausência do controle, na falta de fiscalização e na não punição. Seria importante que autoridades desse nível pudessem auxiliara que o país fortalecesse a atitude da prevenção, a mentalidade do planejamento a postura da análise e ação frente aos riscos tanto de processos quanto de projetos em curso.A distância entre os aspectos técnicos e os de gestão, é evidente. Eles deveriam andar sempre juntos, deveriam ser complementares, mas, na realidade, estão distantes.Ao olharmos as pontes da marginal Pinheiros e de acesso a rodovia Presidente Dutra, em São Paulo, a de Minas Gerais que cedeu, técnicos monitoram, técnicos sabem, falha a gestão de indicadores de desempenho.Brumadinho, igualmente a Mariana, nos assustou pela voracidade da lama. Mesmo existindo alertas de geólogos, engenheiros civis, especialistas em hidrologia procurou-se ludibriar a gestão que analisa evoluções de indicadores.
Nenhuma ação impeditiva foi adotada.As enchentes, deslizamentos e mortes no Rio, pode-se atribuir a fatores da natureza as suas causas, mas, tecnicamente, sabemos que a ausência de limpeza e educação (juntas), geografia política que permite a ocupação de morros sem muita segurança construtiva, legislação tripudiada. Isso exigiria mais gestão de equipes, grupos, comunidades, gerir e criar políticas públicas e ação sem permissividade. Não ir pelo mais fácil, dirigir-se pelas boas práticas incorporadas ao planejado, seguir o correto.O incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo que ceifou a vida de jovens tudo porque a técnica da construção, das instalações elétricas e as leis não foram observadas. Aonde está a gestão das atividades, das pessoas, da ética, acima de tudo.Até quando prosseguiremos desta forma?Importante aprendermos e valorizarmos o planejamento, que antecipa, o estabelecimento de referências corretas, que me fazem olhar para onde ir, o monitoramento do que ocorre e a tomada de ações corretivas sobre gaps encontrados.Processos que garantem rotinas, projetos que nos levam a inovar e progredir em nossas vidas e em nossas organizações, precisam ser mais valorizados e colocados na ordem do dia de cada um.Precisamos saber para onde iremos e que este lugar seja bom a todos.
Bom trabalho.