Luís César de Moura Menezes, MSc, PMP – 04 de março de 2019
Denúncias de abusos durante o carnaval aumentam sobremaneira. É no baile, na rua, no
bloco…em todo lugar. Abusam no álcool, nas outras drogas, na bagunça, abusam do físico,
abusam das pessoas.
O abuso contra as mulheres ainda é mais acentuado. Muitas, se quer registram queixas na
polícia, com receio de sofrerem retaliações de seus agressores. A justiça é lenta, as punições
não acontecem e, assim, os transgressores se sentem impunes.
Pouco se faz… ou pouco se pode fazer contra isso.
Seria este mais um traço cultural de nós brasileiros, de nós latinos?
O ambiente de projetos se assemelha a este aonde acontecem diversos abusos. A falta de
instrumentos de controle faz com que ocorram “abusos” no ambiente de projeto. Atividades
atrasam, gasta-se mais com determinadas tarefas, entregas são feitas parcialmente. São estes
alguns exemplos de abusos e que, como no caso dos abusos de carnaval ou contra as
mulheres, é pouco denunciado.
A tolerância (ou permissividade) faz com que estes abusos continuem acontecendo e que a
culpa seja colocada no cronograma, assim como a justiça coloca a culpa na cachaça ou nas
outras drogas.
Regras devem ser criadas para serem cumpridas. Ninguém é mais certo do que ninguém frente
as regras que, ao serem estabelecidas, procuram nortear a melhor condução de uma
sociedade ou do time de um projeto ou do conjunto de projetos numa organização.
A governança de um projeto é tão importante como as leis e regras de boa convivência entre
os homens. Porque será que são tão inócuas (quando existentes) ou são tão desrespeitadas?
Falta apoio das autoridades, muitas vezes distantes dos problemas. O papel do patrocinador
nos projetos ou dos comitês executivos nas organizações é o de estabelecer e zelar pela sua
governança e não ser apenas uma figura ilustrativa no conjunto da obra.
É importante entendermos os nossos papéis, seja aonde estivermos, na sociedade ou na
empresa ou no projeto.
Em algum lugar devemos começar este exercício de compreensão. Vamos entender melhor
nossos projetos?
Mãos a obra.